terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tastequiet: “Poesia Alguma. Silêncio”.

Poesia Alguma 

Gravura. Fonte: Flickr Viditama. (Sem data).


A madeira que cresce árvore pode crescer canoa?

Por Thiago Gallego

Faz algum tempo, uma amiga de nome Clara entrevistou o autor dos Tastequiet para uma revista online e me pediu que opinasse sobre o texto. À época, eu não sabia que o projeto tinha os dias contados e achei triste que, dali a pouco, só revisita.
De alguma forma, eu logo me acostumara a abrir o blog e encarar qualquer coisa que exigisse o esforço de, junto a um homenzinho marrom sem feições e sem roupas, buscar no silêncio da fala outras formas de dialogar com o mundo. Por vezes, tirando os sapatos e enfrentando a natureza em solas de pé, por outras, avivando os mistérios que a razão parecia ter abolido: a madeira que cresce árvore pode crescer canoa? Por isso, achei curioso que o próprio autor dissesse sobre a origem das ideias:

Não sei, eu tô pensando muito nisso ultimamente e acho que influenciou muito o jeito que eu penso. Sobre tudo, a vida. Você se escutar muito, se colocar de fora, perceber que você faz parte de um todo, saca? Não é só você nesse mundo. Então eu me obrigava a escutar muito, a me colocar mais pra fora das situações, a entender mesmo o ambiente.

Parece mesmo que em seu ano de postagens diárias no blog e no facebook, os Tastequiet tenham feito como naquela velha história: a estátua, rígida, perde o braço quando tenta se livrar do passarinho. Um ano mais tarde, o homem marrom a encontra e cola de volta o membro perdido. Este, contudo, não mais segura a espada: a gosto ou contragosto, o guerreiro tem o braço estendido à frente, onde o pássaro possa pousar.
Talvez tenha vindo a isso, no fim das contas, o homenzinho marrom. Agora, a gente que decida o que raios fazer com esse bicho amarelo sobre a mão.
(Quem ainda tem dúvidas, só precisa aguardar um pouco, que em breve os quadrinhos viram um livro, de financiamento coletivo via Catarse.)

O que sempre impressiona é o alto grau de concentração que a narrativa apresenta, colocando o leitor numa espécie de reflexão semelhante, numa relação com seu silêncio. Selecionamos para nossa postagem do blog dessa semana, uma – sempre incompleta – seleção das Tastequiet (entre a primeira e a última); uma incursão do autor pelo mundo da animação, um pequeno conjunto de fotos realizadas por Clara Balbi tendo como objeto os estudos feitos para diferentes tiras, e um registro dos seus esboços e rascunhos, o Tastequiet antes de ser.

[ATUALIZADO (14-4-2014):
Tastequiet finalmente se aproxima de virar livro com o projeto de financiamento coletivo no site benfeitoria. Para mais informações, clique aqui.]


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Tastequiet (01/10/2012 - 08/10/2013).



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Nela (Setembro de 2013)




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Estudos para os Tastequiet – fotos por Clara Balbi (2013).






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Esboços (2012-2013).


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