Um pensamento que alcance o presente, ou
antes, que se permita ser atravessado por ele, por sua multiplicidade de tempos.
Esse parece ser o desafio a que Fabiana Faleiros se expõe. Como quem diz que
quer ser devorado por essa multidão de discursos desconexos e caóticos que
compõem as cidades, ou talvez como alguém que simplesmente queira devorá-los.
Fabiana Faleiros, poeta, artista visual e performer, nascida em Pelotas em
1980, talvez fosse bem descrita como alguém que escreve/deixa cantar – quase numa aceleração frenética que por vezes provoca humor, por vezes desperta para uma observação de questões não contempladas – isso que acontece entre “eu” e o
mundo. Ou ainda, alguém que pergunta: o que acontece quando busco ter a palavra
aqui? Quando ela se coloca lá onde escrevo? Por exemplo, na tela e depois num
livro? Como faço um livro ao vivo? Como ponho uma palavra de frente para mim?
Assim que ela
descobre que tudo que eu escrevo, tudo que escrevi num programa de
processador de textos pode ser a minha autobiografia. Todos os diálogos, que
atravessam o espaço por onde eu circulo, as redes sociais em que (me) leio/posto
com frequência. E as falas que atravessam minhas atividades, meu pensamento:
sobre arte, sobre política. Tudo num mesmo livro. Não está aí uma escrita de
mim? Não são essas coisas que acabam por fim me escrevendo? Lá onde eu escrevo
ou aqui onde (não) estou? Toda autobiografia não terminar por ser um modo de me/se colocar o "eu" em suspenso?
Movimento semelhante pode ser notado no seu trabalho
com música, intervenções e performances. O artista funciona como um vórtice em
que diferentes recortes (políticos, estéticos, mosaicos sociais) se recolhem.
Como se o canto não fosse senão a voz das ruas reunida, remixada, atravessada,
entrecortada. Todas as músicas mais todos os sons das cidades. A palavra não
está aqui, está lá onde eu escuto.
Para
nós, é uma alegria podermos publicar aqui trechos de sua segunda autobiografia,
o trabalho “Diálogo interno” (espécie de obra em progresso continuamente, e com
planos de intervenções que só se resolvem no momento da performance da sua
escrita), além de poemas inéditos e uma pequena coletânea de fotos de
suas obras mais recentes, e as canções que ela fez a partir dos poemas da poeta
e amiga, a também pelotense Angélica Freitas – ainda encerramos com um retrato da
personagem Lady Incentivo, criada por Fabiana para intervenções radiofônicas e
performances variadas, feito pelo artista conterrâneo de ambas, Odyr.
*
*
Autobiografia
I: Tudo que eu escrevi (2010-2013).
*
Diálogo
Interno (trechos – Obra em progresso).
Autobiografia
II: Diálogo Interno (2013).
Sobre
a Obra: “Diálogo Interno” é um livro a ser lançado ao vivo no word. Faz parte
de uma pesquisa que venho desenvolvendo sobre a escrita de si no presente. Como
escrever o momento em que vivemos? Como habitar o presente? É o segundo volume
da Coleção “Autobiografia”, sendo o primeiro “Tudo que eu escrevi” durante um
mês. A proposta do “Diálogo Interno” é escrever um livro ao vivo, a ser
projetado em uma parede ou no chão. O texto que o compõe já está escrito e é
formado pela edição de textos de sites colaborativos como Wikipédia, yahoo
respostas, facebook, etc. (A parte da bibliografia é meu histórico de pesquisa
do Google da época). Também serão criados textos ao vivo de forma improvisada,
a compor com a estrutura textual já preparada. No lançamento pretendo diagramar
tais textos de forma que eles se assemelhem a estruturas poéticas. Além de ser
um comentário sobre como a escrita de si é feita hoje em público, através do
facebook, a publicação também aponta para os ‘diálogos internos’ atuantes em
mundos que não conversam entre si: a universidade, a polícia, as esquerdas, o
governo...
É uma autobiografia que não faço só com
o texto que é meu, mas com o texto do outro, entendendo o Outro como o Próprio,
e vice-versa.
*
Como escrever o
presente? Um cigarro às vezes é melhor que tudo no presente. O difícil é
encontrar como colocar as mãos na altura certa, mesmo estando de pé para
escrever.
Diálogo Interno começa a ser
escrito agora, aqui dentro do word. Se você digitar a palavra word no
google o resultado da pesquisa de imagens será a logomarca do word. Quando
penso no word penso em diálogo interno. O resto, ou quase tudo, publico
na rede social. O pensamento está ali em forma de diálogo interno que se
torna público no instante em que escrevo. Para escrever o diálogo interno em
que pessoa devo escrever, eu penso. Utilizo várias pessoas. Não só a primeira.
Procuro saber em que pessoa se pensa, mas não me é possível.
Estou sentada em uma cadeira, utilizando um
teclado que faz referência a uma máquina de escrever. As palavras que escrevo
aparecem num projetor, deixando-as maiores, fazendo as vezes da tela do
computador, já que tenho o público. Não é para mim. O que temos: a tela
(releitura da televisão) + teclado (máquina de escrever) + o word (as palavras)
+ o público (estou de costas para o público). Já estive sentada em uma cadeira.
A diferença era que a tela era só minha. Na época adquiri uma LER: lesão por
esforço repetitivo. Estava tratando imagens que não tinham sido feitas por mim
no photoshop. Lesão corporal: o crime.
Quero me afastar deste livro sempre. Fumo
um cigarro e volto para o livro. Afastamento e aproximação.
Este livro começa antes de junho de 2013.
Quando começo a escrever um texto demoro muito. É a minha inscrição dentro da
palavra e junção de palavras com palavras. É o pensamento tomando forma fora do
meu corpo, que está sentado em uma cadeira em frente à tela projetada,
debruçado no teclado. Os aparelhos estão conectados. Não tenho muitas opções,
mas acho muito mais fácil escrever poemas do que escrever textos que tem como
objetivo descrever uma situação.
Depois de junho de 2013 o diálogo interno
cresceu com as manifestações. As manifestações foram iniciadas por mim no ano
de 2011 na cidade de São Paulo, quando na ocasião do Carnaval, a montagem um
trio-elétrico chamado Rivotrio.
Quando a cracolândia foi invadida pela polícia que queria tirar os viciados em
crack dali eu estava lá. Me vesti de polícia e o meu amigo de mendigo. Nos
apresentávamos assim em festas que custavam 100 reais pra entrar morto. Do trio
elétrico eu cantava as palavras de ordem: sexo, violência e religião. Sexo
violência e alucinação. Várias pessoas viram, andamos a Augusta abaixo e
pegamos carona no público de um bloco que estava à frente.
Só penso nesse livro. Acho mais fácil
pensar em palavras repetidas e no sentido que surge a partir de sua repetição.
Por que se a batida da música é sempre a mesma a
letra tem que ir mudando? O que atrapalha a escrita é a necessidade de
uma ordem, algo que começa num ponto e termina em outro. Mas a palavra não está
aqui, ela está lá onde eu escrevo.
Agora que eu sou artista não preciso mais ir às manifestações. O
que está sendo escrito é a concretização da poesia. Os memes têm uma grande familiaridade com a poesia concreta. Mas quem
os escreve hoje não são necessariamente os poetas. Os poetas estão escrevendo
livros. A coesia está na rua.
Enquanto os seus amigos estão todos sentados em frente ao
computador esperando que você converse com eles no chat.
O diálogo interno não é só meu. Quem é meu inimigo? Para quem
estou falando e quem são os meus amigos?
É ouvindo que se fala. E é escrevendo que
se o quê?
(...)
passo
muito tempo aqui
escrevendo
na sua língua a língua
que
é você
mesmo
tendo eu escutado tudo
em
outra
conforme
você lê o livro
ele
aparece
neste
momento
era
para tudo estar em frente
e
não simplesmente
acessível
(...)
1.
Doutorado Suicídio
Muitas pessoas vêm até a UERJ para cometer
suicídio. A UERJ dá depressão e no momento 7.115 estão falando sobre isso. Há
pesquisas que apontam a universidade como a terceira no ranking dos locais
escolhidos para cometer o ato no Rio de Janeiro. O primeiro é a ponte Rio -
Niterói e o segundo eu não recordo. Muitas pessoas acreditam que os suicidas
escolhem as pontes por não serem janelas. Talvez por nem todos morarem em um andar
alto de um prédio. Vão Livre.
Muitas pessoas vêm até a UERJ para cometer
suicídio. Eu não
eu vim para a UERJ
para fazer doutorado
e quem sabe até
arrumar um namorado
(aplausos)
(...)
Por que a mídia não mostra os frequentes suicídios na UERJ? Melhor resposta - Escolhida pelo autor da pergunta
Olá, O suicídio é um evento constrangedor. Nem a família gosta de comentar isso, prefere manter silêncio. É que o suicídio parece mostrar uma culpa aos ficaram, seja da família, seja da sociedade, que não amparou, não ouviu, não percebeu sua iminência. Na UERJ não deveria haver pessoas felizes, já que fazem parte de uma elite (universitária)? Pois é aí justamente que parece haver uma ligação: O suicídio é maior nos lugares onde há maior índice de felicidade à volta porque permite comparações. A dificuldade de uns parecem maiores quando comparadas com a fartura dos seus companheiros. Veja esta notícia: Uma pesquisa concluiu que várias nações --entre elas, Canadá, Estados Unidos, Islândia, Irlanda e Suíça-- apresentam índices de felicidade relativamente altos e, também, ALTOS ÍNDICES DE SUICÍDIO(*)
Por que a mídia não mostra? Porque também não mostra o alto índice de suicídio entre os médicos e os policiais. Acho que nas minhas duas primeiras frases deveria incluir a mídia como ente da sociedade.
Um abraço. Até mais.
(...)
Já é a terceira vez que venho na UERJ e
vejo a tela de proteção que foi colocada em alguns andares. Olho e penso que
preciso fotografar para incluir no livro que estou escrevendo sobre suicídio.
Talvez não tenha fotografado porque pense que a solução melhor seja colocar no
térreo
próximo de onde caem os corpos
camas elásticas.
Não incluiria em meu livro a solução
inimiga.
Eu quero morrer
eu também quero matar
não quero morrer
quero morrer
quero matar
vou matei
voumatei
2.
Museu da Polícia Militar
Eduardo Viveiros De Castro ,14 de julho, domingo
Avenida Oswaldo Cruz, Botafogo-Flamengo,
15h30: passam várias picapes da Policia Federal, outras (mais) da Força
Nacional, ocupantes de armas à mostra, e mais uma fila de carros pretos, luz
vermelha em cima, escoltados por uma profusão de motociclistas da FN, outros da
Prefeitura. Será o Cabral voltando do casório da máfia que rolou ontem? Ensaio
para os desfiles do Papa? Ou só mais uma boçalidade das Forças da Ordem?
(...)
você precisa chamar a polícia para desocupar
áreas onde eles querem construir um prédio, ou onde eles querem construir uma
praça, ou onde eles querem construir uma cidade. Mas não é você que chama a
polícia: eu vou chamar a polícia
um psicótico pode querer chamar a polícia
no estado de delírio ou pode mesmo fazer uma queixa para a polícia, mas pode
também ser perseguido pela polícia. Pode se dirigir a uma delegacia.
quando você vai internar alguém num
hospital psiquiátrico você precisa chamar a polícia que acompanha o corpo de
bombeiros para conduzir o paciente até o local
depois que eu cheguei no Rio de Janeiro a minha
mãe e o meu pai precisaram chamar a polícia para internar a minha irmã num
hospital psiquiátrico. Ela estava em crise.
(...)
3. Histórico
de Pesquisa
A
anderson
diretor de producao BH
altruísmo
A
origem do Drama Barroco alemão
arquivo
geral do rio de janeiro rosangela renno
antidepressivo
efeitos colaterais
angélica
freitas poemas de o útero
artista
polonesa
aracy
de almeida
Aby
Warburg
argila
branca é bom para
artista
e o caralho autor
ataque
do pcc
atelie
dissidencias
Alfredo
Jaar
apic
artista patrocinado
andrea
frase concinittas
arara
de roupa no saara
a
cocaina na colombia
a
artista invasor materias
Arte
contemporânea brasileira , Rio de Janeiro, Contra Capa, 2001
avianca
aniversário
do Neymar
animista
azume
adriano
costa
atrizes
aborto
as
cantoras de rádio
adília
lopes
adicionar
créditos
andre
breton augustine
a
voz do morto letra
augusto
dos anjos consiste alegria tristeza
B
bolsa
de criacao literaria
bombay
banda argentina
bailaments
histerique
boletim
de ocorrencia
basbaum
bebe
de 5 meses
blog
estadao voodoohop secretaria de cultura
brega
e chique
bebe
criado pelos avos
bocas
de ceniza
bebe
4 meses
buffet
movel aparador
buffet
neoliberalismo
barbados
to bogota flights
bomba
eletrica tira leite sao paulo
barracao
maravilha
bienal
de stambul
Barbara Kruger
bom dia tristeza
babador
bebe bipolar
bebe agitado de 2 meses
bocejo histerico
bienal do mercosul
britney spears criminal
biblioteca de teses usp
bolsa nos olhos
(...)
F
ferreira gular filho morreu esquisofrenicos
favela do esqueleto
factoide
filho bipolar genetica
fidel castro uerj
funarte criacao literaria
foucault matei minha mae
fuga pelo miojo
fuji
fabrica ocupada artistas rio
filho cildo meireles
FERNANDO ARIAS
festival encantado
(...)
H
historia do mpl globo reporter
histeria coletiva
hino nacional
her name is sabine dowload
Heraldo Bichara
historia do predio da uerj
hipismo hipinose
hora certa
how to change
how to change language on
mac
horarios onibus sao paulo rio de janeiro
Huseyin Alptekin's
Hans Jacke
historia da loucura
Hal Foster
horario colombia
horario da colombia
hormonios gravides
horario mais barato para fazer ligacoes
I
i feel love lyrics
injecao antipsicotica
impressora riso
im no god
im still alive
INVENCION DE LA HISTERIA. CHARCOT Y LA ICONO, LA
interpretacao musical
interdicao de bipolar
itau cinema
ibere camargo
Isabelle Wenzel
iching
im a victim of this time
inicio das aulas na uerj
J
jack kerouac
jogo de amarelinha trecho
jornais de fortaleza
juliana bala borracha
jose alejandro restrepo
just what is it that makes
todays home só different, só appeling?
Junk
jonas arrabal
Jean-Martin Charcot
Jorge Cury
Jenna Jameson
jonas mekas
juan parada
juliana paes olheiras
L
lei antimanicomial
leila danzinger
Lady Warhol
lastro
lycra
lavinia assassinato
luzes
lacma
Louise Lawler
Lady, Lady, Lady, Lady
ler na praia
lina bo bardi folder exposicao
La Otra Biennale 2013
laptop
leptop
lei de incentivo a cultura
leme metro rio
la grande nevrose
livro pau brasil
M
marianne wex
Me Acalmo Danando
miguel anges rojas david
manha de carnaval
museu mar
mc daleste
mcs mortos
mercado porto alegre fogo
movel fofoqueira
mam rio
musica dos anos 2000
merece
miss you too
mulher sentada
museu da loucura
museu da polícia militar
mercado de arte boom brasil
migre
Museu dos Pretos Novos
musica de protesto
manifestacao na candelária
maconha e antidepressivo
murilo mendes poesia liberdade
maxie wander
Marina Abramovic: "Confissões", 2010
mulher sentada
Milu Vilela
minuciosa
macabeia
MOMA-Poll ,
metal recortado
mimesi simbiose
maison de france
mar
Marpessa Dawn
megafone de bolso
N
ninguem leonilson
nouvelle charcot foi publicada
nao salvo
ninfomaniaca
nota microempreendedor individual
novela odete
O
o que faz escrivao da policia
opiniao nara leao
Orson Wells
onibus rio de janeiro franca
onibus rio de janeiro são paulo
onibus ribeirao franca
onibus do aeroporto de ribeirao para franca
Orquis mordax
OSWALDO MACIÀ
o que é bloquear rede no celular
oleo de linhaca
Olavo de Carvalho
orfeu chorando a morte
Oferta Quem sabe Se algum dia Traria O elevador Até aqui O teu amor
o que e um abscesso
P
pipa
pomada para candidiase
parasita social
palco 3d
psicose mae filho
Pedro Meirelles
passagem sao paulo rio de janeiro
parodia
Pulsion[s], art &
déraison - Expositions du 22 septembre 2012 au 6 janvier 2013
paródia
passeio público
popporn
posicao da mao
previsao do tempo rio de janeiro
placa de rua passeio publico
prostituto deise só deu um gozada
preco bateria macbookpro
pinel hospital
primeiro vibrador
Q
Que meu novo nome é um estranho que me quer.
quantidade de cd
quem tem filho grande é elefante
quanto é 30% de 40000
quanto tempo dura um projeto da funarte
R
rilke shake poemas
rio de janerio things to
see
remedio bipolar
rua da relação
risperidona
roda viva tv cultura
risoto de funghi
radio mobile
ricardo basbaum eu você
ritornelo
revista piaui
roteiro de novela
rico ri a toa
razão social
repetition
richard prize
S
suely rolnik sindorme do
pânico
sangue estagnado
suicido uerj
salao de arte
sorry for not suferring
sexo videos caseiros
substituto
sindrome de down genetico
*
Atividades com pronomes
Não se deve
usar
pronomes
possessivos
diante de partes
do próprio corpo.
Amanhã irei cortar os cabelos.
(e não os meus cabelos)
Não se deve
usar pronomes possessivos
diante da palavra casa
quando for a residência
da pessoa que estiver falando.
Estou indo para casa
(e não para a minha casa)
O emprego dos possessivos de terceira
pessoa
seu sua seus suas
pode dar duplo sentido à frase.
Para evitar isso coloca-se à frente do
substantivo
dele dela deles delas.
Joaquim contou-me que Sandra
desaparecera com seus documentos
De quem eram os documentos?
Não há como saber
Quando um pronome possessivo faz referência
a um substantivo que não foi sequer enunciado, ele acaba cumprindo o papel
desse substantivo ausente dentro da frase, e é portanto um pronome possessivo
substantivo ou também chamado pronome possessivo absoluto.
O MEU é melhor que o TEU.
O MEU é melhor que o TEU.
*
Os pássaros têm o canto, o qual,
junto com as outras vozes
será destruído
eu não sei se vou aguentar
saber o que é assim
se os pássaros
cansam da paisagem
se
só mesmo deixando os olhos largos
é só assim que os pássaros voam
temos o objetivo de saber o que é assim
*
(linha 5)
chorei o peito e já foram detectados:
1. o choro do ventre
2. o choro das costas
3. o choro do pulso
4. o choro do peito
todos eles deságuam nos olhos
porque não choramos com os olhos
agora assim: a lágrima levanta este corpo
a mão (pulso) está
a
90 graus do teto
as costas
arredondadamente
se grudam no ventre
5. o choro do público
(linha 14)
eu não aguentaria o choro do pulso
novamente
eu aguentaria um arrepio, ou
ouvir as canções
as orações musicadas,
as breves, mas muito breves estrofes e
refrões
daquela canção
de um mar inteiro que se abre naquela
canção
no rádio
*
Atitudes Passionais (2013) – Atualmente na Galeria Vitrine-Sete no Centro de São Paulo.
Atitudes Passionais (2013) – Atualmente na Galeria Vitrine-Sete no Centro de São Paulo.
Disco de Ouro fictício baseado no livro
Iconographie photographique de la Salpêtrière - especialmente a prancha de
fotografias Attitudes passionelles, publicado no final do século XIX pelo
médico francês Jean-Martin Charcot, considerado o "inventor" da
histeria.
*
Batom Borrado.
*
Eu durmo comigo (Angélica Freitas + Fabiana Faleiros).
*
Uma canção popular séc. XIX-XX (Angélica Freitas + Fabiana Faleiros).
*
Lady Incentivo, por Odyr. |
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