Poesia Alguma
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Gravura. Fonte: Flickr Viditama. (Sem data). |
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A madeira
que cresce árvore pode crescer canoa?
Por
Thiago Gallego
Faz algum tempo, uma amiga de nome Clara
entrevistou o autor dos Tastequiet para uma revista online e me pediu que opinasse sobre o texto. À época, eu não
sabia que o projeto tinha os dias contados e achei triste que, dali a pouco, só
revisita.
De alguma forma, eu
logo me acostumara a abrir o blog e encarar qualquer coisa que exigisse o
esforço de, junto a um homenzinho marrom sem feições e sem roupas, buscar no
silêncio da fala outras formas de dialogar com o mundo. Por vezes, tirando os
sapatos e enfrentando a natureza em solas de pé, por outras, avivando os
mistérios que a razão parecia ter abolido: a madeira que cresce árvore pode
crescer canoa? Por isso, achei curioso que o próprio autor dissesse sobre a
origem das ideias:
Não sei, eu tô pensando muito nisso ultimamente e acho que
influenciou muito o jeito que eu penso. Sobre tudo, a vida. Você se escutar
muito, se colocar de fora, perceber que você faz parte de um todo, saca? Não é
só você nesse mundo. Então eu me obrigava a escutar muito, a me colocar mais
pra fora das situações, a entender mesmo o ambiente.
Parece mesmo que em
seu ano de postagens diárias no blog e no facebook, os Tastequiet tenham feito como
naquela velha história: a estátua, rígida, perde o braço quando tenta se livrar
do passarinho. Um ano mais tarde, o homem marrom a encontra e cola de volta o
membro perdido. Este, contudo, não mais segura a espada: a gosto ou
contragosto, o guerreiro tem o braço estendido à frente, onde o pássaro possa
pousar.
Talvez tenha vindo
a isso, no fim das contas, o homenzinho marrom. Agora, a gente que decida o que
raios fazer com esse bicho amarelo sobre a mão.
(Quem ainda tem dúvidas, só precisa aguardar um pouco, que em breve os quadrinhos viram um livro, de financiamento coletivo via Catarse.)
(Quem ainda tem dúvidas, só precisa aguardar um pouco, que em breve os quadrinhos viram um livro, de financiamento coletivo via Catarse.)
O que sempre
impressiona é o alto grau de concentração que a narrativa apresenta, colocando
o leitor numa espécie de reflexão semelhante, numa relação com seu silêncio. Selecionamos
para nossa postagem do blog dessa semana, uma – sempre incompleta – seleção das
Tastequiet (entre a primeira
e a última); uma incursão do autor pelo mundo da animação, um pequeno conjunto
de fotos realizadas por Clara Balbi tendo como objeto os estudos feitos para
diferentes tiras, e um registro dos seus esboços e rascunhos, o Tastequiet antes de ser.
[ATUALIZADO (14-4-2014):
Tastequiet finalmente se aproxima de virar livro com o projeto de financiamento coletivo no site benfeitoria. Para mais informações, clique aqui.]
[ATUALIZADO (14-4-2014):
Tastequiet finalmente se aproxima de virar livro com o projeto de financiamento coletivo no site benfeitoria. Para mais informações, clique aqui.]
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Tastequiet (01/10/2012 - 08/10/2013).
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Nela
(Setembro de 2013)
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Estudos para os Tastequiet – fotos por Clara Balbi (2013).
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Esboços
(2012-2013).
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